Somos semeadores conscientes, espalhamos diariamente milhões de sementes ao nosso redor. Que possamos escolher sempre as melhores, para que, ao recebermos a dádiva da colheita farta, tenhamos apenas motivos para agradecer... Seja Bem Vindo(a)!! Que a Paz e a Luz estejam sempre contigo!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Flores Sem Haste


Nós temos, meus filhos, na Colônia Maria de Nazaré, uma freirinha cuja única alegria,na Terra, foi cuidar de um pequeno jardim no Convento das Carmelitas, em que ela morava.
Ela não se tornou freira porque quis.
A mãe dela ficou muito doente durante o período de gestação e prometeu que se ela vivesse e se a filha nascesse com saúde, seria freira.
Quando a vida começava a explodir em beleza e sonhos, aos quinze anos, fizeram um enxoval e entregaram-na como esposa de Cristo.
Chorou sozinha durante muito tempo, depois se conformou e passou a dedicar ás flores um pouco de seu amor.
Ela tinha que orar enquanto fazia pão, tinha que orar quando lavava o pátio, tinha que orar enquanto fazia as refeições, tinha que orar o dia inteiro.
Não aquela oração que saía do coração, mas aquela orção automática de quem reza a Ave-Maria, Salve Rainha e o Pai Nosso.
E ela desencarnou e foi ser voluntária na colônia Servos Maria de Nazaré. Ela se afeiçoou muito a uma madre, e essa madre já tinha sido uma ex-interna da colônia.
Então , ela resolveu ir para essa colônia.
Existe na colônia Maria de Nazaré o jardim das flores sem haste. As flores são cuidadas por ela, pela nossa pequenina freira.Essa irmãzinha faz flores belíssimas!
Um dia eu cheguei e perguntei:"_Por que, irmãzinha, você faz as flores sem haste?No Nosso Lar, na colônia Divino Amigo, na colônia Missionários da Luz, em todos abrigos temos jardins belíssimos, todos com haste, com folhagens...Por que um jardim com flores sem haste?
Ela me disse"_Porque é muito difícil guardamos a essência da fé e do amor com raízes plantadas profundamente no chão.
Achavam na Terra, que eu era santificada pela minha reclusão involuntária.E a única alegria que eu tinha eram as flores que eu justificava que eram cuidadas para serem colocadas aos pés de Virgem Santíssima, eu não oferecia as raízes. Eu procurava cortar bem rente e oferecer só as flores. Hoje, como eu posso criar flores fluídicas eu quero que todas as criaturas aprendam a caminhar na Terra sem deixar muitas raízes, porque aqui na colônia onde sirvo, no Hospital Maria de Nazaré, as pessoas que estão abrigadas plantaram muito mais raízes do que flores. São bem poucos aqueles que souberam valorizar as flores. E as flores abrigam ás vezes espinhos venenosos, raízes tóxicas, mas só as pétalas são como a face de Maria: suave, perfumada e doce. Plantaram a haste da minha vida no solo de uma igreja fria, onde meu único consolo era embelezar os pés de Maria, vendo meus colibris, meus beija-flores...
Até as migalhas de pão me eram tão difíceis oferecer aos passarinhos, mesmo recorrendo á Francisco de Assis como exemplo para minha atitude...
E fui uma vez inclusive, punida, porque diziam que eu via na imagem de Francisco de Assis a imagem de um homem, quando na verdade, eu estava buscando uma fuga para olhar as aves do céu como direito que todas as criaturas têm e o próprio Cristo nos ensinou:"_Olhai as aves do céu!"
"Mas tudo que eu dizia representava para mim mais punição...
E quando Bezerra de Menezes me pergunta por que eu faço flores sem haste, eu respondo como respondi: "_Não é muito mais bela uma flor boiando no infinito de Deus?"
Eu segurei as mãos daquela trabalhadora, pedi licença e beijei-as. Bendita sejam as mãos que amam as flores sem haste, bendito seja aquele que tem olhos para ver as aves do céu, para ver os lírios do campo, sem falar no lodo que alimenta esses lírios, mas na beleza que nele resplandecem!
Ela realmente levou para a colônia só as flores, e deixou no chão da Terra as raízes...

Que o Mestre nos ampare!
Espírito Bezerra de Menezes
 Médium Shyrlene Soares Campos(Núcleo Servos Maria de Nazaré)


Fique na Paz do Mestre!

Um comentário:

  1. Que linda história de vida e de flores...Emocionei-me ao ler.
    Refletindo, a irmãzinha tem razão somos tão apegadas a raizes que as vezes de tão profundas não conseguimos soltá-las. Precisamos viver mais leve como as flores sem hastes. Não vou esquecer-me disso.
    Obrigada pela papreedirtilha.
    Abraços! Um dia radiante pra ti.

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